Resumo
Neste trabalho, pretendo apresentar e criticar o que Nicholas Agar chamou de “eugenia liberal”, a ideia segundo a qual os pais teriam pleno direito de utilizar engenharia genética a fim de promover o aprimoramento de determinadas capacidades físicas, cognitivas ou comportamentais de seus filhos, de acordo com seus próprios valores. Nesse sentido, primeiro aponto os elementos centrais do argumento do autor; a distinção que ele traça entre novas e velhas formas de eugenia, as razões pelas quais os pais teriam direito a aprimorar seus filhos, e os limites que devem ser observados por eles a fim tanto de se evitar os erros das antigas formas de eugenia como em respeito ao principal argumento prol aprimoramento, qual seja, o respeito liberal pela autonomia. Num segundo momento, contudo, aponto uma tensão existente entre razões e limites no argumento de Agar, de forma a concluir que, caso queira escapar dessa aparente contradição, a eugenia liberal precisa ser revista em alguma de suas teses fundamentais.
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