Synesis (ISSN 1984-6754) https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis <!-- Global site tag (gtag.js) - Google Analytics --> <p>Synesis, uma distinta revista sob os auspícios do Centro de Teologia e Humanidades da Universidade Católica de Petrópolis, é publicada desde 2009. É dedicada a promover a excelência acadêmica por meio da disseminação de pesquisas originais e artigos em um amplo espectro das humanidades. Refletindo as diversas disciplinas acadêmicas do centro, a Synesis abraça uma ampla gama de assuntos, incluindo filosofia, teologia, história, literatura, educação e música. A revista visa servir como um fórum vibrante para o diálogo interdisciplinar, incentivando contribuições que explorem as intersecções desses campos, abordem questões contemporâneas sob uma perspectiva humanística e contribuam para o enriquecimento do conhecimento e compreensão humanos. A Synesis compromete-se a publicar artigos perspicazes que reflitam pesquisas rigorosas, metodologias inovadoras e um profundo engajamento com as humanidades, visando inspirar acadêmicos, profissionais e estudantes igualmente.</p> UCP pt-BR Synesis (ISSN 1984-6754) 1678-6785 TRANSFORMAÇÃO SOCIAL https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/3405 <p>Defendemos, no texto, que a consolidação da democracia universalista e pluralista estruturada como um Estado democrático de direito passa pela superação da ainda forte herança populista fundada na colocação da ideologia como o substrato fundador e dinamizador seja da autocompreensão teórico-partidária, seja do campo do político, seja, ainda, dos próprios adversários políticos. A ideologia, levada à absolutização pelas posições populistas, tem por consequência a autossubsistência, a autossuficiência, a autonomia e a endogenia destas, que passam a se associar diretamente ao universal, recusando qualquer base meta-normativa do campo político e, portanto, negando a diferença política, a crítica e a reflexividade desde fora e desde dentro. Com isso, uma democracia madura recusa qualquer ideia de transformação social calcada no dualismo-maniqueísmo político próprio às posições populistas, o qual vê e afirma a diferença política e as contradições consentâneas como mal absoluto, que deve ser extirpado. As diferenças, como condição para a democracia, exigem auto moderação, reconhecimento, reciprocidade, diálogo, renúncias e consenso, algo que o populismo político evita a todo custo, porque não pode conviver com essas mesmas diferenças e suas contradições, isto é, com alternativas, com pensamento crítico, com interação, com os sujeitos políticos exercendo sua cidadania.</p> Leno Francisco Danner Fernando Danner Copyright (c) 2025 Synesis (ISSN 1984-6754) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-05 2025-11-05 17 4 1 22 DO DESLUMBRAMENTO À MEDIDA https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/3416 <p>O estatuto da natureza, definido pela relação dialética que estabelece com o polo humano, desempenha um papel crucial nas obras de Albert Camus, servindo como eixo central para compreender sua filosofia. Partindo dessa premissa, nosso trabalho analisa a evolução desse estatuto, identificando três momentos fundamentais interligados à sua trajetória intelectual e biográfica: (1) o período da juventude, caracterizado por uma natureza de amor desmedido, exuberante e sedutora, onde o mundo mediterrâneo emerge como fonte de êxtase e plenitude; (2) o período do absurdo, marcado por uma natureza primitiva que rejeita a lógica humana, opondo-se densa e irracionalmente à nostalgia de unidade e revelando a fratura ontológica entre homem e mundo; e (3) o período da revolta, no qual a natureza ressurge como contraponto crítico à história, oferecendo um fundamento ético para os valores da medida e da beleza. Através de uma leitura crono-temática, exploramos as imagens naturais na obra e entrelaçando-as com sua experiência vital. Buscamos revelar a coerência profunda do pensamento camusiano, onde o mundo natural opera simultaneamente como espelho da contradição humana e horizonte de reconciliação possível.</p> Gabriel Leva Reinaldo Furlan Copyright (c) 2025 Synesis (ISSN 1984-6754) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-05 2025-11-05 17 4 23 49 O HUMANISMO ATEU DE KARL MARX COMO FATOR DE DESUMANIZAÇÃO https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/3420 <p>Neste estudo, procuraremos justificar de que forma a inquietação benigna de Karl Marx em promover um humanismo valorizador da pessoa concreta, existencial e histórica, se transforma num fator maligno de desumanização. A redução da realidade à dimensão material, anulando a aspiração metafísica do ser humano, impõe um ideal de organização social sem o horizonte da liberdade infinita e da esperança da plenitude. A imanentização dos valores tradicionais escatológicos institui o ideal utópico de uma sociedade histórica justa, transformando a esperança do paraíso espiritual escatológico no esforço político de um paraíso terreal que tem como medida, não a misericórdia divina, mas a demoníaca lei do absolutismo totalitário. Todos os meios passam a justificar o fim de uma ordem comunista instituída por uma ideia abstrata que não atende à integralidade metafísica da pessoa humana.</p> Samuel Dimas Copyright (c) 2025 Synesis (ISSN 1984-6754) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-05 2025-11-05 17 4 50 65 THE STEIN-FABRO COMPOSITION OF THE ESSE AND ITS RELATION TO VEILED REALITY https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/3419 <p>A natureza de algo é aquilo que o constitui mais intimamente, que o determina e limita, bem como o coloca em movimento e o determina como um sujeito capaz de realizar certas atividades e receber ações. Existe tal natureza porque há unidade no indivíduo; o indivíduo não é uma coleção de partes constitutivas sem qualquer determinação, mas sim realiza uma totalidade. Ora, não pode haver totalidade sem unidade, ou seja, o todo e o um estão ligados, porque é o um que dá ao todo sua determinação, sua posição na hierarquia das coisas. É a unidade de sua natureza que especifica o indivíduo e lhe dá determinação. É evidente que a natureza do indivíduo natural o determina e o move para a atividade e a passividade que lhe são próprias, que lhe convêm, isto é, na realização de sua totalidade. A natureza deve, portanto, consistir (uma vez que não é uma coleção de partes que interagem aleatoriamente) em uma estrutura significativa para o indivíduo. Deve-se concordar, além disso, que na ordem natural tal estrutura é material, o que não significa que, em sua totalidade, a estrutura seja integralmente sensível. A razão para isso é que o que é essencial nessa estrutura é, em geral, um puro inteligível, mas não um puro sensível. Em outras palavras, a essência é inteiramente suprassensível. Assim, há razões justificáveis para investigar a presença de uma estrutura não concebível em termos puramente sensíveis ou quantitativos, chamada Realidade Velada pelo físico francês Bernard d'Espagnat, que pode ser assimilada à composição transcendental clássica do ser e da essência, desde que o último elemento da composição, a essência, seja equivalente à estrutura forma-matéria, ou estrutura hilomórfica ou predicamental (aqui, a matéria deve ser assimilada à matéria prima) . No entanto, é necessário algum esforço para delinear como ambas as composições, transcendental e predicamental, podem ser representadas do ponto de vista matemático.</p> Rodolfo Petronio da Costa Araujo Copyright (c) 2025 Synesis (ISSN 1984-6754) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-05 2025-11-05 17 4 66 116 O ÍCONE COMO MEDIADOR ENTRE A HUMANIDADE E O TRANSCENDENTE https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/3430 <p>O ícone, como mediador entre a humanidade e o transcendente, ocupa uma posição singular na encruzilhada entre a metafísica, a estética e a memória cultural. Sua linguagem simbólica — em particular, a semiótica da cor — oferece um quadro por meio do qual as verdades espirituais se tornam visíveis e se encarnam em forma material. Este artigo explora o significado ético dos ícones dentro do paradigma do desenvolvimento sustentável, onde o simbolismo sagrado se entrelaça com a responsabilidade ecológica, a resiliência cultural e a busca por uma convivência harmoniosa. Juntamente com a reflexão teórica, o estudo inclui também uma investigação empírica realizada entre jovens, destacando como as percepções contemporâneas sobre os ícones continuam a moldar valores essenciais para futuros sustentáveis. Nesse sentido, o ícone surge não apenas como artefato teológico e estético, mas também como um recurso dinâmico para repensar a orientação ética da humanidade em uma era de transformação global.</p> Kristina Binkivska George Shapovalov Iryna Spudka Iryna Кuznietsova Halyna Syhyda Olena Lobanchuk Copyright (c) 2025 Synesis (ISSN 1984-6754) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-05 2025-11-05 17 4 117 137 O “MICRO” NÃO É SUFICIENTE https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/3447 <p>Como fundamento das explicações metafísicas, as propriedades microfísicas são geralmente definidas como propriedades fundamentais. Nesse contexto, raramente duvidamos de que as propriedades microfísicas utilizadas para determinar a semelhança entre os objetos, ou para distingui-los uns dos outros, operem em um nível distinto daquele das propriedades macrofísicas. O presente artigo aborda diversas perspectivas inclusivas e pluralistas desenvolvidas em resposta às explicações reducionistas que conferem primazia às propriedades microfísicas. A primeira delas é a posição conhecida como microphysical manyism, segundo a qual, ao considerar os níveis das propriedades, estas não devem ser avaliadas de modo independente dos fundamentos físicos dos objetos. A segunda perspectiva inclusiva, o pluralismo pragmático, sustenta a necessidade de um quadro explicativo coerente com a intuitividade das explicações causais e mereológicas. Ambas as perspectivas são relevantes por desafiarem o estatuto privilegiado do reducionismo microfísico. Para examinar esse debate, o artigo explora abordagens que explicam certos aspectos com base no nominalismo das semelhanças e na teoria dos tropos, analisando também as justificativas subjacentes às perspectivas que equiparam as propriedades naturais às propriedades escassas (sparse properties).</p> Atilla Akalın Copyright (c) 2025 Synesis (ISSN 1984-6754) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-05 2025-11-05 17 4 138 148