Abstract
O presente trabalho visa analisar a possibilidade de se utilizar a ontologia matemática, conforme se pode observar na obra de Badiou, para conformar a estrutura lógica de teorias sociais. Trata-se de exemplificar como o conceito de multiplicidade sem unidade pode substituir a noção grega tradicional (e do senso comum) de que a unidade é anterior à multiplicidade. Para isso se apresentam as inovações matemáticas de Cantor, com a teoria dos conjuntos, e Paul Cohen, que apresenta as noções de “genérico” e “forçamento”, as quais permitem a concepção de uma multiplicidade sem unidade. Por fim, aborda-se a analogia levantada por William Widen que aproxima o raciocínio lógico-matemático utilizado pela teoria dos conjuntos ao método de “subtração” utilizado por John Rawls para a formação de sua teoria da justiça.