Os escritos de Aristóteles: transmissão e propagação dos manuscritos
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Oliveira, V. F. (2013). Os escritos de Aristóteles: transmissão e propagação dos manuscritos. Synesis (ISSN 1984-6754), 5(1), 77–87. Retrieved from https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/388

Abstract

Entre a morte de Teofrasto (287 a.C) e a invasão de Atenas pelos romanos, os escritos de Aristóteles saíram de circulação e assim permaneceram por mais de dois séculos, até serem editados por Andrônico de Rodes, em torno do ano 40 a.C.  No que diz respeito à transmissão dos escritos de Aristóteles, as fontes históricas se resumem a duas passagens: uma de Estrabão; e a outra de Plutarco. No entanto, para podermos aprofundar a análise da história da transmissão dos livros de Aristóteles cabe decompô-la em três fases. A fase inicial tem curso quando Aristóteles em seu testamento lega sua biblioteca a Teofrasto. Este por sua vez, deixa com sua morte ‘todos os livros’ –  os seus e também os de Aristóteles – a Neleu, que os levou para sua cidade natal, Escepsis, situada na Tróade.  A fase intermediária tem lugar quando os herdeiros de Neleu resolveram guardar para si os inestimáveis manuscritos, enterrando-os por temerem que os Atálidas deles se apossassem. Assim ocultos, permaneceram por quase duzentos anos, sofrendo a ação destrutiva da umidade e do mofo, até serem adquirido pelo bibliófilo Apelicon de Teos, em torno do ano 90 D.C., que os transportou para Atenas. A última etapa da transmissão começa com a observação de que seus livros não ficaram por muito tempo em Atenas, uma vez que em 86 a.C., Sila invadiu esta cidade e, entre outras coisas, confiscou os livros que se encontravam na casa de Apelicon e sob suas ordens foram transportados para Roma, onde foram postos sob custódia de uma biblioteca pública, sobre os quais o público não tinha acesso.

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