Do Corpo à Carne em Michel Henry
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Reis Cunha, A. C. (2018). Do Corpo à Carne em Michel Henry. Synesis (ISSN 1984-6754), 10(1), 1–16. Retrieved from https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/1441

Abstract

O que constitui a realidade substancial do ser humano é a sua carne. Na sua obra Encarnação: Uma Filosofia da Carne, o fenomenólogo francês Michel Henry começa por opôr a carne viva e sensível, que experimentamos permanentemente no interior de nós, ao corpo material e inerte que podemos ver do exterior, semelhante aos outros objetos que encontramos no mundo.

A sua reflexão conduziu-o à inversão da fenomenologia de Husserl, que apenas conhece como fenómeno o aparecer do mundo, ou seja, a exterioridade. A fenomenologia de Michel Henry, designada por fenomenologia da vida, fenomenologia da carne ou fenomenologia não-intencional, baseia-se na imanência e não na relação sujeito-objeto. O corpo objeto do mundo, o corpo visível, é o corpo aparente. O corpo real é o corpo vivo, um feixe de poderes que desenvolvemos a partir do nosso interior.

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