Abstract
Este artigo tem a intenção de mostrar alguns elementos que correspondem a tarefa de resistência à tirania, propugnada pelo pensamento político de Francisco Suárez S.J (1548-1617). Concentramo-nos no que diz respeito a sua postura crítica, que fomenta a possibilidade de resistência civil a prática da tirania nos atos de governar. Em sua argumentação, Suárez expõe uma série de complexas ponderações ético-políticas em torno do axioma do bem comum. O enfoque dado é o de considerarmos como fundamental a noção de resistência civil ao tirano encontrada no capítulo IV do livro VI de sua obra Defensio Fidei. Assim, discorremos sobre o núcleo de defesa da fé católica como indagação central na crítica tecida por Suárez, que conclama ao ato de resistir justificadamente aos atos de governança tirânica. Logo, temos como implicação a necessidade de cotejar a legitimidade do ato tiranicida contra o governo tirano que detém legítimo título, tendo em vista o dado de este ser um mal governante. Isso significa que, temos ainda de investigar os argumentos de Suárez sobre o ato de tiranicídio contra o governo tirano e usurpador, que não detém legítimo título de governante. Por fim, sintetizamos estes argumentos de Suárez, quando ele problematiza a legitimidade de a comunidade se rebelar, e consumar a morte do governante tirano em favor do bem comum.