Resumo
A Geografia da Religião configura-se no cenário acadêmico da Geografia Cultural como um subcampo dotado de potencialidades profícuas à apreensão do fenômeno religioso. Espacializar o rito, a prática cotidiana que se espraia em redes de informações fluídicas, repletas de subjetividades capazes de construir territórios e demarcar identidades é o objetivo principal deste campo do saber. É no tempo e no espaço que o sagrado se manifesta e semiografa indelevelmente como um mapa permanente as fronteiras entre o eu e o outro. Esse fluxo humano contínuo que se reconfigura através de novas releituras e assimilações feitas pelos grupos estudados, releva ao espaço mudanças e permanências como um elemento chave, um conceito passível de ser analisado frente à relevância que ele apresenta como receptáculo dessas marcas físicas oriundas dos grupos religiosos que demarcam seus centros de cosmologia nos espaços escolhidos. Para um estudo mais aprofundado, busca-se na Filosofia husserliana o substrato teórico capaz de justificar o novo olhar geográfico ao subconsciente na conjunção do homem com o Criador. Portanto, leva-se a cabo uma detalhada revisão conceitual do termo fenomenologia e sua aplicabilidade á ciência geográfica.