Resumo
Como fundamento das explicações metafísicas, as propriedades microfísicas são geralmente definidas como propriedades fundamentais. Nesse contexto, raramente duvidamos de que as propriedades microfísicas utilizadas para determinar a semelhança entre os objetos, ou para distingui-los uns dos outros, operem em um nível distinto daquele das propriedades macrofísicas. O presente artigo aborda diversas perspectivas inclusivas e pluralistas desenvolvidas em resposta às explicações reducionistas que conferem primazia às propriedades microfísicas. A primeira delas é a posição conhecida como microphysical manyism, segundo a qual, ao considerar os níveis das propriedades, estas não devem ser avaliadas de modo independente dos fundamentos físicos dos objetos. A segunda perspectiva inclusiva, o pluralismo pragmático, sustenta a necessidade de um quadro explicativo coerente com a intuitividade das explicações causais e mereológicas. Ambas as perspectivas são relevantes por desafiarem o estatuto privilegiado do reducionismo microfísico. Para examinar esse debate, o artigo explora abordagens que explicam certos aspectos com base no nominalismo das semelhanças e na teoria dos tropos, analisando também as justificativas subjacentes às perspectivas que equiparam as propriedades naturais às propriedades escassas (sparse properties).
Referências
Alvarado, José Tomás. (2014). Natural Classes of Tropes. Filosofia Unisinos. 15. 148-160. doi:10.4013/fsu.2014.152.05.
Busse, R. (2009). Humean Supervenience, Vectorial Fields, and the Spinning Sphere. Dialectica, 63(4), 449-489. doi:10.1111/j. 1746-8361.2009.01218
Demirli, S. (2025). The Metaphysics of Sparse Properties and Deep Resemblance Nominalism. Problemos, 107, 107–122. https://doi.org/10.15388/Problemos.2025.107.8
Ehring, D. (2011). Introduction: Properties and concrete particulars. In Tropes: Properties, objects, and Mental Causation. Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199608539.003.0001
Forrest, P. (2002). Sets as Mereological Tropes. Springer Netherlands. 5-10. https://hdl.handle.net/1959.11/1810.
Hakkarainen, J., & Keinänen, M. (2017). The ontological form of tropes. Philosophia, 45(2), 647–658. https://doi.org/10.1007/s11406-017-9848-6
Hüttemann, A. (2004). What’s Wrong with Microphysicalism? London, UK: Routledge.
Khalidi, M. A. (2011). The Pitfalls of Microphysical Realism. Philosophy of Science, 78(5), 1156–1164. doi:10.1086/662285
Kim, J. (1982). Psychophysical Supervenience. Philosophical studies: An International Journal for Philosophy in the Analytic Tradition, 41(1), 51-70.
Kistler, M. (2012). Powerful properties and the causal basis of dispositions. In A. Bird, B. Ellis, & H. Sankey (Eds.), Properties, powers and structures: Issues in the metaphysics of realism (pp. 119–139). Routledge.
Kriegel, U. (2021). Nominalism and material plenitude. Res Philosophica, 98(1), 89–112. https://doi.org/10.11612/resphil.2046
Lewis, D. K. (1986). On the Plurality of Worlds. Blackwell.
Moran, A. (2022). Living Without Microphysical Supervenience. Philosophical Studies, 179(2), 405–428. https://doi.org/10.1007/s11098-021-01664-7
Morganti, M. (2007). Resembling Particulars: What Nominalism? Metaphysica, 8(2), 165–178. https://doi.org/10.1007/s12133-007-0014-7
Schaffer, J. (2008). Review of the book What’s Wrong with Microphysicalism?, by A. Hüttemann. The British Journal for the Philosophy of Science, 59(2), 253–257. https://doi.org/10.1093/bjps/axn006.
Shumener, E. (2020). Explaining identity and distinctness. Philosophical Studies: An International Journal for Philosophy in the Analytic Tradition, 177(7), 2073-2096. https://doi.org/45286536.
Thunder, S. (2024). Two Physicalist Arguments for Microphysical Manyism. Erkenntnis, 90, 2239–2260. https://doi.org/10.1007/s10670-024-00801-y.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Synesis (ISSN 1984-6754)
