INTERTEXTUALIDADE NA LITERATURA CINGAPURA: UMA ANÁLISE DO SATU BUMI DE ISA KAMARI

Resumo

O desenvolvimento da literatura singapurense testemunha um fenômeno de relação entre seus textos e alguns outros textos, que é referido como intertextualidade (texto dentro de um texto ou diálogo entre textos). Supõe-se que o efeito da intertextualidade dá um tipo de padrão de autoria específico a um autor no desenvolvimento da criatividade. Em média, os romances produzidos por autores de Singapura referem-se a quatro formatos textuais iniciais ou hipotexto: texto tradicional, texto inicial do autor, texto de outro autor e texto não criativo. Nesse contexto, um famoso romancista e poeta cingapuriano, Isa Kamari, é um dos autores que tendem a produzir textos literários intertextuais. No entanto, o tema da intertextualidade raramente é investigado na literatura de Cingapura. Portanto, esta análise visa investigar o processo e a conexão entre textos no romance Satu Bumi (Uma Terra) de Isa Kamari publicado em 2009. A análise utiliza o quadro intertextual proposto por Julia Kristeva que representa a conexão entre hipotexto (texto inicial) e hipertexto ( texto mais recente) para explorar o significado, o processo proposto e a adequação das obras do autor. Este estudo constatou que Satu Bumi de Isa Kamari revela temas e cenários históricos ao se referir a histórias reais que aconteceram por volta da década de 1940 até a década de 1950, ou seja, a invasão e domínio do Japão (1942), a história de Nadrah “a garota no mosteiro” ( 1950), greve dos carteiros (1952), motins da Hock Lee Bus Company (1955) e Dia da Independência da Malásia, 31 de agosto de 1957. Os resultados desta análise sugerem que a intertextualidade desempenha um papel fundamental na estratégia de autoria de Isa Kamari. Esses resultados podem ser especialmente úteis no processo de desenvolvimento histórico e identidade malaia.