A antropologia fisiológica e a antropologia pragmática: a ideia de uma natureza humana em Kant
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Como Citar

Conceição, J. (2016). A antropologia fisiológica e a antropologia pragmática: a ideia de uma natureza humana em Kant. Synesis (ISSN 1984-6754), 8(2), 118–148. Recuperado de https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/1206

Resumo

Este artigo problematiza a possibilidade de uma definição de natureza humana em Kant a partir da sua teoria dos juízos. Cohen (2008) defende que a antropologia fisiológica é a base da antropologia pragmática, porque o ajuizamento do ser humano como um ser organizado, nos permite ajuizá-lo em conformidade a fins [Zweckmässigkeit]. Neste sentido, ainda de acordo com o pesquisador, a antropologia pragmática compartilha certas características metodológicas com os princípios de uma filosofia da biologia em Kant, pois a causalidade mecânica é insuficiente para explicar os seres vivos, por isso é necessário um novo tipo de causalidade, que segundo Kant é a final (nexus finalis). (Cf. KU § 65) Mas, este novo tipo de causalidade somente é possível mediante um princípio teleológico, todavia Kant adverte que a causalidade final não é aplicada diretamente ao organismo vivo, mas sim ao conjunto de leis empíricas que o regem, o que nos permite ajuizar que qualquer ser vive segundo fins. Por essa razão, a antropologia fisiológica é a base da antropologia pragmática. Destarte, diferente dele, propomos que a concepção de natureza humana é viável a partir dos efeitos materias produzidos pelas condições de possibilidade e de execução das proposições sintéticas a priori práticas. Neste sentido, a nossa concepção de natureza humana é possível mediante um conjunto de efeitos, que neste caso é o sentimento moral [moralische Gefühl].

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