Resumo
Neste estudo, procuraremos justificar de que forma a inquietação benigna de Karl Marx em promover um humanismo valorizador da pessoa concreta, existencial e histórica, se transforma num fator maligno de desumanização. A redução da realidade à dimensão material, anulando a aspiração metafísica do ser humano, impõe um ideal de organização social sem o horizonte da liberdade infinita e da esperança da plenitude. A imanentização dos valores tradicionais escatológicos institui o ideal utópico de uma sociedade histórica justa, transformando a esperança do paraíso espiritual escatológico no esforço político de um paraíso terreal que tem como medida, não a misericórdia divina, mas a demoníaca lei do absolutismo totalitário. Todos os meios passam a justificar o fim de uma ordem comunista instituída por uma ideia abstrata que não atende à integralidade metafísica da pessoa humana.
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