Resumo
A natureza de algo é aquilo que o constitui mais intimamente, que o determina e limita, bem como o coloca em movimento e o determina como um sujeito capaz de realizar certas atividades e receber ações. Existe tal natureza porque há unidade no indivíduo; o indivíduo não é uma coleção de partes constitutivas sem qualquer determinação, mas sim realiza uma totalidade. Ora, não pode haver totalidade sem unidade, ou seja, o todo e o um estão ligados, porque é o um que dá ao todo sua determinação, sua posição na hierarquia das coisas. É a unidade de sua natureza que especifica o indivíduo e lhe dá determinação. É evidente que a natureza do indivíduo natural o determina e o move para a atividade e a passividade que lhe são próprias, que lhe convêm, isto é, na realização de sua totalidade. A natureza deve, portanto, consistir (uma vez que não é uma coleção de partes que interagem aleatoriamente) em uma estrutura significativa para o indivíduo. Deve-se concordar, além disso, que na ordem natural tal estrutura é material, o que não significa que, em sua totalidade, a estrutura seja integralmente sensível. A razão para isso é que o que é essencial nessa estrutura é, em geral, um puro inteligível, mas não um puro sensível. Em outras palavras, a essência é inteiramente suprassensível. Assim, há razões justificáveis para investigar a presença de uma estrutura não concebível em termos puramente sensíveis ou quantitativos, chamada Realidade Velada pelo físico francês Bernard d'Espagnat, que pode ser assimilada à composição transcendental clássica do ser e da essência, desde que o último elemento da composição, a essência, seja equivalente à estrutura forma-matéria, ou estrutura hilomórfica ou predicamental (aqui, a matéria deve ser assimilada à matéria prima) . No entanto, é necessário algum esforço para delinear como ambas as composições, transcendental e predicamental, podem ser representadas do ponto de vista matemático.
Referências
Aristóteles. 2005. Metafísica 3v. Tradução e comentários Giovanni Reale. São Paulo: Loyola.
Bohm, David. 1980. Wholeness and the Implicate Order. New York: Routledge.
Chaitin, Gregory. 2004. Algorithmic Information Theory. Cambridge: Cambridge University Press.
Dembski, William. 1998. The Design Inference: Eliminating Chance through Small Probabilities. New York: Cambridge University Press.
Dionísio Pseudo-Areopagita. 2004. Dos Nomes Divinos. Tradução, notas e comentários Bento Silva Ramos. São Paulo: Attar Editorial.
D’Espagnat, Bernard. 1995. Veiled Reality. Reading, MA: Addison-Wesley.
D’Espagnat, Bernard. 2006. On Physics and Philosophy. Princeton, NJ: Princeton University Press.
Enderton, Herbert. 2011. Computability Theory: An Introduction to Recursion Theory. San Diego: Academic Press.
Fabro, Cornelio. 2015. Participation et Causalité selon S. Thomas d’Aquin. Langres: Parole et Silence.
Fideler, David, ed. 1987. The Pythagorean Sourcebook and Library. Michigan: Phanes Press.
Gleiser, Marcelo. 2015. The Island of Knowledge. New York: Basic Books.
Goldblatt, Robert. 2006. Topoi: The Categorical Analysis of Logic. Mineola: Dover.
Gomide, Walter. 2006. Infinity as Told by God: A Dedekindian Interpretation of Cantor’s Transfinite Ordinal Number Concept. Rio de Janeiro: PUC-Rio.
Heidegger, Martin. 1999. Introdução à Metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
Hestenes, David, and Garret Sobczyk. 1987. Clifford Algebra to Geometric Calculus. Dordrecht: Reidel.
Guthrie, Kenneth. 1988. The Pythagorean Sourcebook and Library. Michigan: Phanes Press.
Hume, Robert E. 2015. The Thirteen Major Upanishads. Middleton: Forgotten Books.
Jost, Jürgen. 2015. Mathematical Concepts. Monee, IL: Springer International.
Kahn, Charles. 1994. Anaximander and the Origins of Greek Cosmology. Indianapolis: Hackett Publishing.
Maritain, Jacques. 1995. The Degrees of Knowledge. Notre Dame: University of Notre Dame Press.
Newton, Isaac. 1995. The Principia. Buffalo: Prometheus Books.
O’Rourke, Fran. 2005. Pseudo-Dionysius and the Metaphysics of Aquinas. Notre Dame: University of Notre Dame Press.
Pageau, Mathieu. 2018. The Language of Creation. Middleton: Matthieu Pageau.
Pauli, Wolfgang. 1994. Writings on Physics and Philosophy. Berlin/Heidelberg: Springer-Verlag.
Perl, Eric D. 2007. Theophany. New York: SUNY Press.
Perry, Whitall. 1986. A Treasury of Traditional Wisdom. New York: Harper & Row.
Proclus. 2015. Platonic Theology I–III. Buenos Aires: Losada.
Pseudo-Dionysius the Areopagite. 1987. The Complete Works. Mahwah, NJ: Paulist Press.
Santos, Mário Ferreira. 1958. Aristóteles e as Mutações: Sobre a geração e a corrupção das coisas físicas. 2. ed. São Paulo: Logos.
Santos, Mário Ferreira. 1967. A Sabedoria dos Princípios. São Paulo: Matese.
Santos, Mário Ferreira. 1968a. Sabedoria da Unidade. São Paulo: Matese.
Santos, Mário Ferreira. 1968b. A Sabedoria do Ser e do Nada. 2v. São Paulo: Matese.
Santos, Mário Ferreira. 2000. Pitágoras e o Tema do Número. São Paulo: IBRASA.
Santos, Mário Ferreira. 2001. A Sabedoria das Leis Eternas. São Paulo: É Realizações.
Santos, Mário Ferreira. Teoria Geral das Tensões. n/d. (Mário Ferreira dos Santos Collection).
Sharkey, Sarah Borden. 2010. Thine Own Self. Washington, D.C.: Catholic University of America Press.
Smith, Wolfgang. 2003. The Wisdom of Ancient Cosmology. Oakton: Foundation for Traditional Studies.
Smith, Wolfgang. 2019. Physics and Vertical Causation. New York: Angelico Press.
Smith, Wolfgang. 2020. The Vertical Ascent. Milton Keynes, UK: Philos-Sophia Initiative Foundation.
Stapp, Henry. 1989. “Quantum Nonlocality and the Description of Nature.” In Philosophical Consequences of Quantum Theory, edited by James Cushing and Ernan McMullin. Notre Dame: University of Notre Dame Press.
Solmsen, Friedrich. 1960. Aristotle’s System of the Physical World. Ithaca: Cornell University Press.
Stein, Edith. 2002. Finite and Eternal Being. Translation Kurt Reinhardt. Washington, D.C.: ICS Publications.
Stein, Edith. 2023. “Finite and Eternal Being.” In Edith Stein: The Complete Works, vol. 12. Translation Walter Redmond. Washington, D.C.: ICS Publications.
Thomas Aquinas, Saint. 1948 [1920]. Summa Theologica. New York: Benziger Bros.
Thomas Aquinas, Saint. 1996. Commentary on the Book of Causes. Washington, D.C.: The Catholic University of America Press.
Thomas Aquinas, Saint. 2012. Commentary on Boethius’ “The Trinity Is One God Not Three Gods”. Kindle ed.
Tomás de Aquino, Santo. 2009. Opúsculos Filosóficos. Tradução, notas e comentários Paulo Faitanin. São Paulo: SITA Brasil.
Tomás de Aquino, Santo. 2018. Questões Disputadas sobre o Poder de Deus 7-10. São Paulo: Ecclesiae.
Van Oystaeyen, Fred. 2024. Algebraic Structures as Seen on the Weyl Algebra. Monee, IL: University of Antwerp.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Synesis (ISSN 1984-6754)
