METAFÍSICA DA SOLIDÃO NA VISÃO DA VIDA DE DOSTOIÉVSKI: ESSÊNCIA E QUESTÕES LEVANTADAS

Resumo

Fyodor Mikhailovich Dostoiévski (1821-1881), uma figura fundamental do intelectualismo russo do século XIX, explorou profundamente a condição humana, enfatizando temas de solidão, liberdade e angústia existencial. Sua obra literária, com foco na intrincada tapeçaria de emoções e pensamentos humanos, navega na complexa jornada de autodescoberta e na busca de identidade dentro das margens da sociedade. O discurso filosófico de Dostoiévski sobre a solidão, entrelaçado com a busca de liberdade a partir de uma volição religiosamente enraizada, apresenta uma análise matizada do caráter russo e a perspectiva de redenção espiritual. Este artigo destaca a dicotomia no retrato que Dostoiévski faz da existência humana: a oscilação entre o desespero e a busca da autoexpressão em um mundo repleto de incertezas. Suas percepções sobre a psique humana influenciaram profundamente a filosofia existencial, marcando uma contribuição significativa para o pensamento existencialista do século XX. As narrativas de Dostoiévski, ricas em empatia e introspecção, defendem a resiliência diante do desespero existencial, promovendo uma visão de libertação e liberdade genuína. O legado de Dostoiévski, conforme reconhecido por pensadores como Berdyaev, estende sua influência para além dos círculos literários, nos domínios da filosofia existencial e antropológica, defendendo a capacidade individual de autotransformação e o imperativo de viver uma vida com propósito. Seus personagens, emblemáticos da luta humana mais ampla, navegam por seus destinos tendo como pano de fundo uma Rússia em fluxo, refletindo o profundo envolvimento de Dostoiévski com as correntes sociopolíticas de seu tempo e a antecipação de um novo capítulo na história russa e humana.