Resumo
Na abordagem da segunda navegação Platão estabelece um marco basilar na filosofia, qual seja, a passagem do mundo sensível para o suprassensível ou a metafísica. Mas, afinal, qual é o limite da investigação metafísica que Platão inaugura e, por consequência, quais seriam os primeiros princípios? A resposta a essa questão pode ser buscada na obra de Platão, já que o próprio filósofo almeja estabelecer a existência de uma causa primeira ou um ser que seja superior. O objeto de investigação do presente artigo se situa no âmbito da metafísica platônica e a questão a ser respondida é: qual a argumentação proposta por Platão para sustentar a existência de Deus? O método utilizado para realizar esta pesquisa será essencialmente hermenêutico e analítico, visto que o intuito é compreender e analisar o pensamento platônico, especialmente no capítulo X do livro As Leis. Este artigo está estruturado em três partes. Na primeira situamos em que âmbito se insere o pensamento do autor, a saber, na crença da existência dos deuses provinda da cultura grega que Platão considera serem dignas de se crer em função de sua antiguidade e das evidências presente em todo o universo. Na segunda parte, exporemos os argumentos que sustentam a existência de Deus presente na obra de Platão. Ele finca as bases de inúmeras provas que o procederão. Finalmente, na terceira parte identificaremos desdobramentos decorrentes da concepção sobre Deus de Platão.
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