Resumo
Neste sucinto artigo nos centraremos em questões estruturantes acerca da metodologia do ensino de filosofia no Brasil, suas características política, didática e social. Para esta finalidade, será necessário primeiro demonstrarmos quais foram as principais influências ideológicas dominantes no contexto político-social no qual se desenvolveu, ou se restringiu, o ensino de filosofia no país na maior parte do século XX. Este movimento deverá ser direcionado principalmente para os momentos de maior tensão política e social, os regimes autoritários e os momentos de hegemonia de uma visão tradicional de sociedade, mas também para contemplar a discussão sobre como tal cenário foi propiciado por determinadas correntes de pensamento hegemônicas. Os desdobramentos destas primeiras colocações, nos permitirão compreender como se deu um quadro de extrema conceitualização do ensino de filosofia no país, o que leva ao risco de se cair, ainda hoje, em uma metodologia puramente cientificista, sem apego à realidade social do país. A partir deste ponto, é preciso ainda compreender como vencer o acriticismo presente em uma metodologia academicista, que se pauta mais no conteudismo que nas relações sociais diretas vivenciadas pelos alunos e os próprios docentes. Esta discussão deverá incluir, indelevelmente, o papel pedagógico de uma Base Nacional Comum Curricular da disciplina e seus fundamentos. Diante deste quadro, acreditamos ser possível ainda, propor a ampliação de temas que podem, e devem, ser abordados no ensino de filosofia, bem como a forma teórica e prática que deve fundamentar esta abordagem.