Resumo
O recente ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, que teve motivação religiosa, parece ter colocado a Europa em um caminho intempestivo. Porém, também no Brasil o cenário é nebuloso. Temos presenciado nas últimas décadas um aumento nos casos de intolerância religiosa. Ademais, a ascensão de bancadas religiosas nos espaços legislativos de todo o país vêm colocando desafios para nosso entendimento sobre o que significa ser um Estado Laico. Porém, ao menos no nível acadêmico, o debate sobre que tipo de sociedade e Estado Laico queremos ser precisa ser estruturado por uma teoria normativa de fundo, a partir da qual conclusões sobre a admissibilidade ou não de certas práticas no espaço público podem ser traçadas. E, por sua singularidade e influência, a abordagem de Habermas surge naturalmente como uma boa potencial candidata. O objetivo desse artigo é mostrar que, apesar de seus muitos méritos, a posição habermasiana não é uma boa teoria normativa de fundo para a estruturação destes debates no Brasil. Para tanto, explicitarei a detalharei tal posição, o que, em seguida, me levará a esclarecer a importância que considerações sobre a chamada Era Axial exercem sobre o pensador alemão. Argumento que a análise nos fornece argumentos para rejeitarmos a aplicação do modelo de Habermas ao caso brasileiroDownloads
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