Resumo
Este artigo tece problematizações em torno do debate da alienação parental, trazendo reflexões dos Conselhos Federais de Serviço Social e de Psicologia acerca do tema, além de apontamos de autores contrários e favoráveis à lei de Alienação Parental no Brasil. Trata-se de um assunto complexo que exige ser revisitado, posto que, em nome da proteção de crianças e adolescentes essa lei pode ser utilizada para interromper investigações sobre violências reais envolvendo filhos de pais separados, sob o pretexto da ocorrência do fenômeno, além de ser utilizada com enfoque machista quando atravessada por repercussões de gênero. Nesse contexto, há que se considerar que as relações familiares não podem ser patologizadas e nem dissociadas na dinâmica social mais ampla em que se inserem. Para a construção desse artigo debruçamo-nos sobre estudos bibliográficos e documentais que versam sobre o tema com abordagem qualitativa.
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