Abstract
As conquistas históricas das classes trabalhadoras tiveram por resultado, apenas, o arrefecimento temporal da lógica sórdida autofágica do capitalismo. Essa lógica autodestrutiva vem apresentando novas cepas capazes de fazer ressurgir a precariedade da origem linguística da palavra “trabalho” (tripalium), torturando aqueles que são imprescindíveis para a sustentação do capital. Na década de 1970, surgiu um novo modelo chamado de neoliberal, cujo eixo é a otimização da competitividade e concorrência como fator de desenvolvimento. Essa lógica transfere os riscos para a classe trabalhadora, pela relativização do trabalho, o que intensifica a insegurança dos trabalhadores. Esse modelo neoliberal criou uma nova classe ou subclasse de milhões de trabalhadores que recebem a hipócrita nomenclatura de “empreendedores”. Este estudo tem por objetivo analisar como a precarização do trabalho pode conduzir a sociedade atual ao seu desaparecimento ou à uma significativa mudança em seus moldes, caso não seja revista essa lógica nefasta. A empreitada sugere um exame teórico sobre a precarização do trabalho e uma análise da fundamentação dos direitos humanos dos trabalhadores e das recentes decisões dos tribunais trabalhistas brasileiros (e internacionais) sobre esse flagelo sociolaboral.