Abstract
O artigo objetiva analisar a potencialidade política das obras de arte em contextos de perpetração de graves violações de direitos humanos e de silenciamento dos órgãos estatais sobre as mesmas. Tendo como base a obra de Walter Benjamin, “A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica” (1936/1955), será discutido como a arte, sob a lógica da reprodutibilidade, pode fornecer aportes críticos para que a coletividade conteste padrões de violência estatal e de impunidade, que persistem mesmo após a transição à "democracia procedimental". Como estudo de caso, apresentar-se-á a arte conceitual e política de Cido Meireles, mais especificamente o projeto “Cédulas”, no qual o artista plástico carimbou, em notas de Cruzeiro, a indagação “Quem matou Herzog?” (1975).