À espera de uma ausência

Authors

  • Gabrielle Forster

Abstract

Me perdi nos teus caminhos de porta entreaberta e mão fechada, inalando tonto o secreto que escapava dos teus gestos teus, do que dissimulavas. O escondido era tua melhor verdade, por isso meus passos vadios nas linhas das tuas mãos crispadas, tateando além do teu corpo, dos teus afagos. Naquelas noites que sempre penso pertencerem a um verão eterno, eu te buscava sozinho, nos teus braços. Todas as horas que o relógio não marcou, aquelas em que eu me absorvia em devir-você, se concentraram ressentidas para badalar agora e sempre: a mesma hora aquela, a da tua partida. 4:24. A Hora de uma hora. Eu fumava, lendo na xícara de café que abandonasses sobre a mesa, ainda cheia, o desejo já partido e sem dono de juntar nossos fluídos, ondas de luz viva, num Um de dois que nunca fomos. E não mais seríamos.

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Folhas Caídas