Augusto dos Anjos: a anatomia do absurdo
Abstract
O artigo se inicia com um passeio pelos principais analistas que tentaram dar conta dastentaculares raízes da poesia augustiana, com o objetivo de apreender a pluralidade ecomplexidade do livro Eu; de apreender, portanto, a multiplicidade de eus na lírica do poetaparaibano, comumente asfixiada por abordagens reducionistas. Tendo como princípionorteador o estudo do corpo e da finitude, em poemas anjosianos, segmentado na tríade “ocorpo do eu”, “o corpo cósmico” e o “corpo do texto”, pretende-se alcançar não o que a obraresume, sintetiza, mas suas nuances, seus diversos olhares, que evidenciam, enfim, umapoética do pesadelo e do excesso corroído, erigida na ânsia de anatomizar o absurdo domundo. A partir da análise do Eu à luz de O homem e a morte, de Edgar Morin, verifica-seainda que Augusto dos Anjos recusa o que o filósofo chama de cegueira natural à morte e,para fugir ao horror permanente, encontra na Arte, em diálogo com Schopenhauer, uma formade perpetuação da existência e um atenuante às dores do mundo.Downloads
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