Metáfora e Saúde: uma guerra metafórica na luta contra um Estado em epidemia

Autores

  • Sergio Nascimento de Carvalho

Resumo

Este trabalho tem como justificativa o fato de observarmos, recentemente, a forte presença e relevância da metáfora conceptual (LAKOFF; JOHNSON, 1980/2002; GIBBS, 1994; KÖVECSES, 2002, 2005) da guerra, tanto no cenário internacional como no nacional. Do atentado às Torres Gêmeas em Nova York, em 2001, passando pelo período de pré-guerra do Afeganistão e do Iraque (CARVALHO, 2006) e, hoje, evidenciando-se na linguagem sobre a epidemia do dengue no Estado do Rio de Janeiro, as metáforas bélicas são acionadas para criar e reproduzir cenários cognitivos (MUSOLFF, 2006) que, em última análise, justificam discursos e ações. Este artigo objetiva investigar expressões linguísticas metafóricas, licenciadas pela metáfora da guerra, a partir do gênero discursivo (BAKHTIN, 1992) - artigo jornalístico - publicado no Rio de Janeiro nos últimos anos sobre o combate ao mosquito Aedes Aegypti, propagador da doença. Neste trabalho, fica evidenciada a relação de cumplicidade entre o escritor e o leitor, através da metáfora da guerra, possibilitandonos, assim, chegar à conclusão de que quando na tentativa de erradicação de um inseto, sentimo-nos como se estivéssemos em uma situação bélica, onde se deflagra uma guerra. Dessa forma, mobilizando toda uma população a se armar (“ataques”, “contraataques”, “defesas”, etc) para lutar contra o inimigo destruidor.

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Publicado

2016-05-23

Edição

Seção

Érato