O PAPEL DA MEMÓRIA NA LETRA DA MÚSICA DE ZÉ RAMALHO “A PELEJA DE ZÉ LIMEIRA NO FINAL DO SEGUNDO MILÊNIO”

Autores

  • Aliana Georgia Carvalho Cerqueira

Resumo

Este trabalho pretende analisar a memória, como construtora da cultura, em temas musicais que,
na atualidade, fazem parte do cancioneiro popular brasileiro. Para tanto, tomamos como corpus
de nosso estudo a letra da canção de Zé Ramalho “A peleja de Zé Limeira no final do segundo
milênio”, por ter perpetuado traços das cantigas trovadorescas, particularmente, das cantigas
satíricas. A letra da música em questão destaca uma das principais características de tais
cantigas: a crítica ou ridicularização, ora sutil, ora grosseira. A investigação e análise semiolinguístico-literária indicia a possibilidade de desenvolver um estudo comparativo para
averiguar a presença da memória enquanto inspiração do autor da referida canção. Logo, para
demonstração da análise será feita uma comparação entre a letra da música de Zé Ramalho e o
texto O Reino do Vai e Não Torna, de Jerusa Ferreira (2003). O texto relaciona os contos da
literatura popular nordestina com o mundo arturiano, destacando o modo pelo qual a literatura
de cordel e a linguagem popular apresentam um retrato dos costumes e linguagem medievais.
Desse modo, pôde-se constatar que a memória, é perceptível, sobretudo, na ideologia da música
analisada e na linguagem popular burlesca, que firma a presença do medievalismo português
como inspiração musical. Destarte, o presente estudo contribui para a formação crítica do leitor,
visto que, este pode observar que a reminiscência do passado tem um papel essencial na
inspiração de autores da arte, na construção de obras ricas em manifestações culturais.

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Publicado

2016-05-23

Edição

Seção

Érato