O Encoberto: a comédia do impostor

Autores

  • José Eduardo Magalhães

Resumo

Este é um estudo da comédia O Encoberto de Natália Correia, obra esta que ficou proibida de ser encenada em Portugal durante todo o período fascista e ditatorial por fazer um cruzamento entre a ficção e a história, ou seja, criar personagens fictícios e confrontá-los com personagens reais. Em sua primeira parte “Introdução”, este estudo mostra a influência de grandes nomes da Literatura Portuguesa, como Almeida Garrett e Alexandre Herculano, sobre a autora Natália Correia, e traça um paralelo entre o período do domínio filipino em Portugal, no séc. XVI e a ditadura salazarista, séc. XX. No capítulo “O cruzamento entre ficção e história” são apresentados os fatos e personagens reais que ajudaram a autora a compor a peça O Encoberto. No capítulo “A estrutura do texto” são apresentadas as três partes da obra e os recursos utilizados pela autora como as didascálias e a metalinguagem, o que faz lembrar a comédia paliata do séc. III a.C. No capítulo “A simbologia do discurso das personagens” a presença do coro como uma espécie de oráculo; a fala das personagens, principalmente as populares, estão envoltas de toda uma simbologia de descontentamento e insatisfação e o uso de ambiguidades e ironias por parte da autora ao aproximar os discursos da realidade. Percebemos que Natália fala de um passado histórico de Portugal justamente para fazer uma crítica da ditadura salazarista, por isso fala sobre a tirania do domínio filipino, tendo em vista que a peça foi escrita em 1969.

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Publicado

2016-05-23

Edição

Seção

Érato